Qual o segredo das startups de sucesso no Brasil e no mundo?
Toda época tem seus desafios, mas é fácil perceber que a tecnologia está melhorando a vida das pessoas. Basta observar algumas startups de sucesso no Brasil e no mundo para perceber modelos de negócio inovadores, com ambientes descontraídos e a preocupação genuína em atender as necessidades dos clientes.
O que faz dessas empresas tão especiais? Por que elas conseguem crescer em ritmo acelerado? E como extrair aprendizados na jornada de sucesso das startups que mais crescem para criar novos negócios do zero?
Analisando as startups que alcançaram valor de mercado superior a R$ 1 bilhão e também aquelas que tem grandes chances de atingir esse patamar, identificamos algumas similaridades e padrões que você pode conferir no texto que segue. Aproveite!
Características das empresas que ascendem de forma rápida
Foco na dor do cliente
Imagine-se nas ruas de São Francisco há alguns anos, naquela faixa horária de final de expediente. Buzinas, muita gente nas calçadas e você precisando pegar um táxi, mas a demora já te causava aflição.
Sentindo na pele o problema da mobilidade urbana, os fundadores da Uber decidiram criar uma solução para eles mesmos e milhares de outras pessoas, que rapidamente se tornaram milhões de usuários.
Você tem Uber ou outro aplicativo semelhante instalado no seu smartphone? As chances são bem grandes de ser o Uber.
Esse exemplo ilustra bem como as startups de sucesso conseguiram interpretar uma dor que afeta muita gente e, partindo disso, desenvolver uma solução tecnológica cujo modelo possa ser replicado com facilidade.
O passo seguinte é criar uma versão de teste, reunindo dados importantes sobre a percepção dos usuários. Essa etapa do Minimum Viable Product (MVP), ou Mínimo Produto Viável em português, é quando a startup percebe os pontos de melhorias que devem ser trabalhados.
Ao longo de toda a jornada, as necessidades das pessoas estão sempre em primeiro lugar, o que nos leva ao próximo ponto.
Preocupação com qualidade e reputação
Na medida em que a base de usuários de um aplicativo cresce aceleradamente, também surgem novos pontos de atrito. Sejam eles particularidades específicas de determinado perfil que não tinham sido consideradas no produto inicial ou mesmo em relação à maneira como a startup comunica sua proposta.
Esse olhar atento aos feedbacks do consumidor deve ir além dos canais tradicionais de suporte. Um bom exemplo brasileiro é o Nubank, que criou um espaço aberto para trocas de experiências e esclarecimento de dúvidas, estimulando a interação da comunidade.
Na plataforma proprietária NuCommunity, qualquer membro pode criar conversas novas e interagir em tópicos já existentes, desde que sempre de acordo com as políticas de boa vizinhança que o usuário aceita ao se inscrever.
Inúmeras marcas internacionais também desenvolvem suas próprias comunidades. O objetivo é acompanhar de perto os usuários de seus produtos/serviços, fazendo deles protagonistas na geração de conteúdo e até mesmo sugestão de novos lançamentos.
Times diversos e liderança horizontal
Ao contrário das empresas mais tradicionais, as startups de sucesso se empenham para manter uma estrutura horizontal. Isso significa que os líderes são constantemente desenvolvidos para estimular a participação de cada membro do time, em vez de somente comunicar as decisões da diretoria.
Essa forma de trabalho mais colaborativa e engajadora favorece um senso de responsabilidade maior, onde todos são diretamente comprometidos com os objetivos do negócio.
Por isso, quando falamos em liderança forte no contexto das startups, o que está em foco não é a hierarquia, mas a conexão genuína de cada líder com seu time:
- promovendo autonomia e empoderamento no trabalho;
- valorizando a diversidade e inclusão;
- refletindo que os propósitos da marca para além do marketing.
Uso de financiamento para expandir o negócio
Outra diferença das startups de sucesso em relação a negócios tradicionais é que, nesses últimos, há maior dependência de capital próprio. Já o mercado de investimentos em startups movimentou mais de US$ 700 milhões no Brasil somente no primeiro semestre de 2020, de acordo com o estudo Inside Venture Capital.
Como explicar tamanha expansão em plena pandemia, ainda mais quando muitos desses aportes são feitos em startups early stage que sequer alcançaram faturamento equivalente ao que já foi investido nelas?
Para os fundos de Venture Capital, é aí que mora a oportunidade. Eles querem ter participação no crescimento acelerado das startups, multiplicando várias vezes o montante aportado. Isso requer uma análise profunda do negócio, do perfil dos fundadores e do potencial de mercado que a startup se propõe a suprir.
Além de acesso a capital, as startups passam por uma verdadeira lapidação, tendo oportunidade de repensar produtos e processos. A comparação com pedras preciosas não é por acaso, já que em cada nova rodada, sobe a régua de exigências e a competitividade por atrair aportes maiores.
Ambiente inovador
Embora os filmes e séries que retratam as BigTechs do Vale do Silício já tenham dado fama a escritórios coloridos, com pufes, mesa de sinuca e fliperama, é preciso observar mais a fundo para entender como o ambiente das startups funciona na vida real.
Para quem não é da área, pode parecer contraintuitivo que as pessoas passem o dia se divertindo e mesmo assim as empresas multipliquem seu tamanho, exibindo balanços de fazer inveja a muitos negócios com 50 anos ou mais de mercado.
Os espaços e rituais de descompressão são apenas uma parte do cotidiano das startups de sucesso. Flexibilidade de horário, liberdade para expor opiniões, ausência de código de vestuário atraem novos talentos e favorecem uma cultura focada em aprendizado constante.
Diferente de empresas tradicionais, nas startups a conexão com outros empreendimentos do setor é estimulada. Assim, profissionais que trabalham em startups diferentes se aproximam, fazem diversas parcerias e desenvolvem habilidades juntos.
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