5G: o que já sabemos
Ainda é cedo, mas a data está definida. Recentemente, a União Internacional de Telecomunicações, um órgão da ONU, definiu que a quinta geração da internet móvel precisa ter um padrão comercializável até 2020; daqui a cinco anos. A primeira reunião oficial para definir os padrões do 5G está agendada para o dia 15 de setembro no 3GPP, órgão que padroniza as tecnologias de comunicação móvel. Nesses próximos cinco anos, a indústria deve investir quatro trilhões de dólares na tecnologia – Coreia do Sul, Estados Unidos, Europa e Japão estão à frente dessas pesquisas.
Mesmo antes de ter um padrão definido, o 5G já é bastante promissor e deve definitivamente transformar a Terra em um planeta conectado. Parece exagero, mas daqui a pouco você vai concordar. O 3G e o 4G também são padrões de banda larga móvel; a diferença é que até hoje o alvo dessas conexão eram basicamente nós, seres humanos. Agora este cenário começa a mudar; especialmente com a chegada de vez da “Internet das Coisas”. Com o 5G, a ideia é criar uma rede capaz de oferecer cobertura confiável a bilhões de dispositivos: a previsão é que tenhamos 665 bilhões de dispositivos conectados nos próximos cinco anos.
As principais diferenças do 5G em relação ao 4G estão relacionadas à escalabilidade, disponibilidade, latência e, claro, velocidade. Testes mostram que o 5G terá capacidade de transmitir dados a até 20 gigabits por segundo; velocidade suficiente para baixar um filme em altíssima definição em poucos segundos. Para você ter uma ideia, hoje, a conexão de internet mais rápida oferecida aos consumidores brasileiros é de 500 giga. Não é nem 10% da velocidade que 5G vai trazer para nossos smartphones. No início do ano, em Barcelona, na Mobile World Congress – o maior evento de mobilidade do mundo – vimos pela primeira vez testes com velocidade de até 10 gigabits por segundo.
Mas especialistas afirmam que não vamos ter que esperar tanto para ter altíssimas velocidades de conexão nos nossos dispositivos móveis. O 4G está evoluindo e deve, em breve, atingir o patamar de 450 megabits por segundo e, em um futuro não muito distante, chegar à casa do 1 gigabit por segundo.
Além de uma capacidade de alcance e cobertura superior ao 4G, as novas estruturas do 5G devem permitir atingir latência de apenas um milissegundo. Traduzindo: latência é, grosso modo, o tempo entre você clicar em algo no seu smartphone, esse comando chegar a um servidor e a resposta desse servidor chegar de volta para você. Com uma latência tão baixa, vamos ter respostas imediatas em equipamentos conectados; algo fundamental para, por exemplo, os carros autônomos…
A arquitetura da rede do 5G terá algumas peculiaridades para poder oferecer total disponibilidade e cobertura.
E o Brasil, como fica nessa história? Para aproveitar a nova tecnologia é preciso se antecipar – o que, todos nós sabemos, não é muito típico por aqui. Mas sabendo que o 5G chegará em 2020 e trará outra realidade para os seres humanos e até um novo cenário para a economia, teríamos que começar a nos preparar a partir de hoje. Discutir regulamentação, licenças, equipamentos e tudo que envolve o 5G. As previsões são otimistas. Ainda que o Brasil tenha um atraso em relação à disponibilidade e adoção do 4G; por outro lado, esse atraso já é menor do que foi na época do 3G.
Fonte: Olhar Digital